Direito ao dividendo nas empresas familiares

Direito ao dividendo nas empresas familiares

depois de muitos reformas da Lei das Sociedades por Capitais (LSC), mora e ida e volta o artigo 348 bis da LSC optou por um caminho. Dada a posição da empresa de não distribuir dividendos, concedendo direito de separação ao sócio.

Em que condições esse direito pode ser exercido? As condições são:

1º.- Que não existe regulamentação estatutária.

2º.- Decorridos cinco anos sociais completos, contados a partir do registro no Registro Mercantil da empresa.

3º.- Que a empresa tenha obtido lucros nos últimos três anos anteriores.

4º.- Que o Conselho de Sócios não concordar com a distribuição como dividendo de pelo menos o Vinte e cinco por cento dos lucros obtidos no exercício anterior[1] que são legalmente distribuíveis.

5º.- Que o sócio ele teria registrado seu protesto na ata[2] devido a dividendos reconhecidos insuficientes.

No entanto, há exceções:

1º.- Que os dividendos não são legalmente distribuíveis.

2º.- Se o total dos dividendos distribuídos nos últimos cinco anos for equivalente a, pelo menos, vinte e cinco por cento dos lucros legalmente distribuíveis registados no referido período.

 

 

O efeito é que o sócio dissidente tem o direito de se separar da empresa (artigos 346 e ss LSC)

 

[1] O que significa exercício anterior? O Supremo Tribunal Federal no Acórdão de 25 de fevereiro de 2021, (nº 104/2021 TSo, § 1º, da Rec. Cível 3297/2018) entende que A partir de um critério lógico de interpretação, a menção feita ao ano anterior deve ser considerada aquela imediatamente anterior ao acordo de não distribuição de lucros.  SJM 1 Barcelona 21.06.2013 (LEI 158088/2013) e SJM 9 Barcelona 25.09.2013 (LEI 158093/2013) considerou, interpretando gramaticalmente a disposição, que incluía os resultados do quinto ano, portanto, a decisão sobre o seu resultado deve ser acordada na assembleia geral do sexto ano.

[2] O fato de o Conselho poder ter vícios formais, como a falta de prova na convocação do direito à informação, não impede esse direito (SJM 6 Madrid 08.01.2019 (LA LEY 4009/2019).